… tudo vai depender da umidade e calor da região para o cultivo do algodão. Por ser uma planta que necessita de pouca quantidade de água, deve-se realizar o plantio entre novembro e maio, assegurando-se assim a colheita para a época das secas, geralmente com sementes “tratadas” com fungicidas e inseticidas. Como as folhas no momento do máximo florescimento precisam cobrir toda a superfície de solo entre as fileiras, respeitam-se espaçamentos de 80 x 20 cm, com 1 ou 2 plantas por cova, sendo de 5 a 15 plantas por metro linear, num total de 1 milhões de hectares destinados à sua cultura ( 10.000.000.000 m² recebendo veneno em sistema de monocultura. Vale pontuar que neste sistema de plantio, quando se derruba uma grande área de cerrado para plantação, animais como tamanduás, emas e lobos-guará têm dificuldade para se alimentar, não encontrando abrigos e dificilmente conseguindo se reproduzir. Os poucos sobreviventes acabam migrando para as cidades e acarretando tantos outros desastres quase impossíveis de serem analisados em curto espaço de tempo). O algodão produzido na Paraíba é comparado em qualidade ao algodão egípcio - e a cultura convencional desta fibra utiliza 25% de todos os agrotóxicos fabricados no mundo, 8 vezes mais do que na indústria de alimentos (para você vestir uma camiseta, por exemplo, são utilizadas aproximadamente 160g de pesticidas). O cultivo orgânico é um paralelo à essa produção, tendo consciência tal que o filho de um agricultor pontuou: “não podemos usar veneno na lavoura porque o veneno mata as formigas e são elas que afofam o nosso solo” - mas essa é outra história... A produção em sua maioria é familiar, onde mães e filhos estão expostos ao câncer, alergias respiratórias, diabetes, distúrbios de tireoide, depressão, aborto e Mal de Parkinson, devido ao contato direto com veneno. No fabrico convencional de uma peça de roupa, de 15 a 20% do tecido é desperdiçado no corte, mais 5 % em filetes de costura e alguns tantos centímetros nos ajustes e barras, sendo a fabricação de roupa um dos processos mais poluentes do planeta. O consumo de água é demasiadamente grande, com significativo nível de toxicidade escoada diretamente em rios e córregos, com presença de amido, proteínas, substâncias gordurosas, surfactantes, produtos auxiliares no tingimento e corantes. Tudo que é vida no globo vai se recuperar em algum momento mesmo depois da degradação, porém, de imediato, estes resíduos impedem a passagem de luz solar na água, onde não será mais possível a vida neste ambiente e nem o consumo da água pelo homem. Quando destruímos o todo à nossa volta, precisamos ter consciência de que não estamos agredindo a natureza ou “matando bichinhos indefesos”, mas sim tornando o ambiente inóspito para a vida humana na Terra. Estamos contaminando o nosso próprio alimento, nossa água, nosso solo, nosso ar. Parece que, de repente, acontece uma pasteurização e tudo isso some dos nossos olhos e da nossa mente, com a iluminação pensada na loja do shopping, com a belíssima campanha numa página de revista e, no final de tudo, o que importa mesmo é a marca bordada eletronicamente, com 6 agulhas e 1000 pontos por minuto, na altura do peito no lado esquerdo da camiseta. Você vê sentido na maneira com que escolhe a roupa que vai vestir? Você entende o que te motiva no exato momento da compra? Você acha legal trocar de roupa porque ela caiu de moda? Você acredita na moda?